30.4.14
Dona Olinda, no Portugal de Abril
29.4.14
O coração de Fernando Pessoa
28.4.14
A Técnica abre as portas ao Absurdo
enquanto que os magos da política fingem prestar homenagem a quem os serviu,
27.4.14
Escrever, traduzir e viver para os outros
(…) “Podes partir. De nada mais preciso / para a minha ilusão do Paraíso.” David Mourão-Ferreira
26.4.14
Ler para os outros quando não lhes apetece ler...
25.4.14
Neste abril
24.4.14
Hoje, as ratazanas, amanhã, os lobos…
Enquanto caminho, penso no curso do dia e recordo que, num certo momento, associei a «sombra da azinheira» do Zeca Afonso à azinheira sobre qual «Nossa Senhora apareceu aos pastorinhos», na Serra d’Aire. Lembro a música ensurdecedora que se foi levantando nos pátios e o fascínio dos jovens pela lenda que vai sendo tecida em torno do 25 de abril…
A mesa de montagem tem triturado as imagens e as palavras, criando um cenário fabuloso que, infelizmente, impede o sobressalto democrático imprescindível à mudança de uma classe política incompetente. O dia de amanhã, em vez de ser gasto em cerimónias patéticas, deveria mostrar a revolta de todas aqueles que, nos últimos anos, têm vindo a ser condenados à pobreza…
E enquanto caminhava, surgiu diante de mim uma ratazana pachorrenta que me trouxe de volta à crueza dos dias. Subitamente, interroguei-me se ela seria do campo se da cidade… Revisitei Sá de Miranda:
Agora, por que vos conte / quanto vi, tudo é mudado; / quando me acolhi ao monte, / por meus vizinhos defronte / vi lobos no povoado. / Carta A Seu Irmão Mem de Sá.
Neste 24 de Abril, as ratazanas, não sendo fabulosas, estão cada vez mais vorazes…