«Enfim: acabamos por ser o que resta do que somos, mas também, e às vezes sobretudo, aquilo que os outros vêem em nós.» (Fernando Namora: autobiografia sem biografia, in JL)
«Depois da Instrução Primária, o Colégio Camões em Coimbra. Em As Sete Partidas do Mundo conto como foi .(…) Depois, ainda, dois anos de liceu em Lisboa, um liceu também chamado Camões (1932/1933; 1933/1934). Com duas parentes solteironas, morava num casarão do Paço do Lumiar. (…) Escondia (delas) também o jornal do liceu, todo ele escrito e ilustrado por mim (exemplar único, como se poderá calcular), distribuído aos colegas num certo dia da semana, Jorge de Sena era um deles. Não quero lembrar-me desse tempo, salvo de outro grande amigo meu companheiro de turma, um altarrão de músculos sólidos, que se fez meu protector. Minha mãe apercebeu-se de que as coisas não corriam bem. Regressaria, pois a Coimbra, dessa vez para uma pensão de estudantes.»
(Fernando Gonçalves Namora - 15.04.1919-31.01.1989)
O que é que os outros – os de hoje – vêem em Fernando Namora? E os do passado, por que motivo o silenciam?
Sem comentários:
Enviar um comentário