Entre o palácio e os pastéis de Belém mora o azul. Olho à direita, ao centro e à esquerda, e noto uma pequena nuance (matiz). Ao analisar a diferença, percebo que o azul mais apelativo ocupa o lugar principal. O azul da direita e da esquerda reconhece a centralidade, parecendo prestar vassalagem à presença estrangeira.
Se quiser ser rigoroso, ainda devo registar que o azul também se mostra na varanda superior, mas sem a mesma força que o do rés-de-chão.
E tudo sobre um fundo cor de rosa, em que talvez seja possível circular internamente entre a CGD o Deustche Bank e a CGD.
No fundo, esta digressão não interessa a ninguém, apesar de todo este azul poder significar que a vassalagem se expressa por insignificantes matizes.
Quanto ao inquilino do palácio, não sei se ele aprecia o azul, e até posso supor que o azul mais carregado ali foi colocado para lhe lembrar a nulidade do seu poder.
Confesso, no entanto, que, hoje, escrevo sobre o azul para evitar falar dos dois temas que se me foram impondo ao longo do dia: a) os inadaptados, os degenerados, os hipersensíveis ( Nobre, Pessanha, Espanca, Mário Sá-Carneiro, Pessoa); as medidas da TROIKA liturgicamente apresentadas pelo sátrapa Gaspar.
/MCG
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