«Estejas sempre pronto a dizer o que pensas, e o cobarde te evitará.» Provérbio do Inferno, tradução de David Mourão-Ferreira.
Por deferência, deixo de dizer o que penso. No entanto, vou cumprindo a liturgia, e faço-o com denodo, embora não pareça que estou em dívida...
Uma dívida antiquíssima, e à qual não quero fugir! Por deferência, sirvo zelosamente, e faço-o com denodo, embora nenhum liame me prenda...
A única grilheta que me tolhe, e à qual quero fugir, é a dissimulação! E essa, infelizmente, abunda nos silêncios, nos gestos, nas omissões, nos olhares cúmplices, nos ombros descaídos, nos risos escarninhos e não necessita de palavras...
Por deferência atravesso a rua em silêncio em vez de dizer o que penso...
Por enquanto vou escrevendo sem ouvir o guionista... Talvez amanhã tenha coragem!
Sem comentários:
Enviar um comentário