Pode haver quem pense que a axiologia não tem lugar numa aula de língua materna ou mesmo de literatura. Por outro lado, quando lemos certos documentos, vemos que há quem meta no mesmo saco - da sinonímia - comportamentos, atitudes e valores.
Para muitos, aprender a ler ou a escrever mais não é do que a apropriação de uma técnica! E em geral, conseguem transmitir essa ideia aos discípulos que, apesar de tudo, resistem como podem ao formatado e preferem a digressão inconsequente...
Várias vezes, com públicos escolares de distintos graus de ensino, fui confrontado com asserções do tipo:
- Todos temos e nos regemos por valores!
- Tanto é valor a honestidade como a cobardia!
Quer a ideia de que os valores são inatos quer a ideia de que não há qualquer fronteira entre o Bem e o Mal provocam-me calafrios pelas consequências que arrastam...
E em ambas as situações me vejo na necessidade de distinguir o comportamento dos indivíduos das atitudes das pessoas, porque, no meu fraco entendimento, a fronteira é delimitada pela presença dos valores.
Talvez tenha sido por este motivo que ontem escrevi sobre o valor primordial, pois quero crer que não estou sozinho! Acompanhar a argumentação do Velho do Restelo ajuda-nos a separar o trigo do joio e ensina-nos a ler para além do discurso neste tempo em que os valores deixaram de orientar as atitudes...
A cada passo, recebemos notícia de comportamentos desvairados e insensatos que não estimam a vida de quem a vida lhes deu.
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