«Se a leitura não fizesse pensar, não seria um prazer nem seria um meio de cultura.» Álvaro Ribeiro, in Sorer Kierkegaard, O Banquete.
Há quem leia pouco e chegue a confessar que nada lê. Por outro lado, do pouco que se lê, a preferência vai para o entretenimento gratuito ou para a boçalidade bestial - quanto mais calão, melhor!
O enunciado diário vai ficando reduzido ao bocejo e à latrina!
Incapaz de argumentar, por ignorância da matéria e por ausência de objetivos, o português simula argumentos que, na verdade, confunde com exemplos, quase sempre selecionados no que de pior existe em cada um de nós...
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É verdadeiramente desesperante observar o discurso dominante, mesmo entre as chamadas elites. Ainda há poucos minutos, ouvi um distinto comentador exclamar alto e bom som que o país está condenado porque os governantes, nos últimos anos, destruíram a classe média. Pacheco Pereira apregoava do púlpito ao país que, sem classe média, não é possível a recuperação da economia...
Esta ideia da classe média é tão retrógrada!
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Já um outro pensador lusitano, alter ego do Presidente da República, ao refletir sobre o fenómeno da emigração, não tanto sobre as causas mas, sim, sobre a diminuição das remessas e sobre o perigo dos jovens não quererem voltar, assegurava que a Presidência irá promover um congresso primaveril, em 2015, que apele ao retorno, de preferência, com mais saber e experiência e, sobretudo, com as malas cheias de libras, dólares e euros... No essencial, este ilustre pensador até defende que partir faz bem à alma lusitana.
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