19.12.14

Mário de Carvalho e as regras do Marquês de Queensberry

Na página 45 da obra O Varadim seguido de Ocaso em Carvangel, Mário de Carvalho compara o primeiro-ministro a «um pugilista experimentado, sem alguma vez transgredir as regras do marquês de Queensberry», dando expressão a uma arte de argumentar exemplar...

Esta associação da atividade política ao boxe profissional leva-me a transcrever um excerto http://www.boxergs.com.br/associa1.htm:

No final do século XIX, o boxe amador estava bastante difundido na Inglaterra, fazendo inclusive parte dos estudos obrigatórios nas escolas mais tradicionais inglesas. Por exemplo, na época, era famoso o torneio anual de boxe amador entre os alunos de Oxford e Cambridge, as duas mais tradicionais e importantes universidades da Inglaterra.

Como as Regras de Londres eram apropriadas apenas para boxe sem luvas, John Graham Chambers, proprietário de uma academia de boxe amador em Londres, escreveu um detalhado conjunto de regras para boxe com luvas e para prática por amadores. Como tal, introduziu rounds com a duração fixa de três minutos, lutas com duração limitada de rounds e outras medidas de proteção. 
Como Chambers tinha apenas 24 anos de idade, procurou um padrinho de peso para suas regras. Esse acabou sendo um colega de escola, jovem como ele mas de uma importante família aristocrata: o Marquês de Queensberry, que ficou imortalizado emprestando seu nome às tais regras. 
Inicialmente, os profissionais ridicularizaram as Regras de Queensberry. Contudo, a perseguição inclemente, tanto da polícia inglesa como americana, aos praticantes do boxe sem luvas fêz com que os profissionais também passassem a lutar sob as regras do marquês. 

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