Quem me conhece, sabe que detesto atrasos. No entanto, hoje, sexta-feira, saí demasiado tarde de casa para assistir a um espetáculo no número 99 da Calçada Marquês de Abrantes, Lisboa. Além do mais, o excesso de trânsito, a falta de estacionamento e a minha inexistente vida noturna dificultaram-me a tarefa de dar com o lugar...
De qualquer modo, cheguei às 21 horas e cinquenta e cinco minutos. A porta encontrava-se fechada, e sob a campainha uma pequena nota: SILÊNCIO POR FAVOR. O ESPETÁCULO ESTÁ A DECORRER.
Compreendo que não se deve perturbar os artistas, mas...
Resta acrescentar que estaria a decorrer há pouquíssimos minutos, que não havia qualquer indicação no site do Espaço em questão (chama-se Alcântara mas fica em Santos) sobre que transportes públicos apanhar para chegar até lá, nenhuma indicação que a dita rua tem sentido único e que é preciso entrar-se pela Rua da Esperança (onde passámos efectivamente a tempo ainda de lá chegar) para chegar ao teatro, enfim, nada de nada. O que, em conversa «arrebatada» (no dia seguinte) com uma das pessoas que lá estavam dentro e que ouviram o nosso «pedido de ajuda», nós que tínhamos bilhetes comprados e pagos, é preciso dizer-se, que nunca chegámos atrasados a nenhum espetáculo em cerca de 40 anos de percursos por tudo quanto é teatro e espaço cultural, foi considerado que essas informações não eram nada com a companhia, em conclusão, que cada um se desencasque! Quem sabe sabe, para quem não sabe, não há ajuda nem consideração por nada nem ninguém. Além de que o telemóvel que estava afixado na porta, era de não sei quem, não atenderam porque era de Alguém que não estaria no teatro, supostamente! Muito lógico, tudo isto, para esta jovem. Para mim, não, é evidente, pelo mau serviço que este Espaço está a fazer ao Teatro no Dia do Teatro, ainda por cima. Lamento dizê-lo, o Espaço Alcântara, em Santos, não sabe que nem todos moram naquela rua, não passam por aquela rua normalmente, e estão-se nas tintas para os espectadores, principalmente quando já receberam o dinheiro da compra dos bilhetes. Isto não tem nada a ver com pontualidade, peço desculpa, isto tem a ver com profissionalismo, solidariedade e perfil ético do ser humano.
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