Há cada vez menos lugares que não se encontrem sob vigilância ativa ou passiva. Consequência: vivemos no tempo da encenação. Nem os narcisistas podem espreitar o espelho da imperfeição sem que uma sombra lhes perturbe o olhar...
Talvez a máscara pudesse ajudar a preservar a intimidade ou até a naturalidade, mas, nos dias vigilantes, o uso de máscara torna-nos suspeitos.
Por um tempo, a censura interna e externa ocupou-se da tarefa de nos colocar na ordem, e a ambição do homem passou a ser soltar-se, derrubar os muros duramente edificados...
Entretanto, por agora, somos extensões e carregamos próteses de redes que nos prometem que nunca mais estaremos sós.
Tudo o que dizemos ou fazemos e até sonhamos está sob custódia 24 horas por dia, independentemente do lugar onde nos encontremos...
Nunca fomos tão felizes!
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