3.4.17

A jovem professora

Com o tempo, abandonou a cabeceira da mesa. Senta-se agora de frente para o espaço que se alarga e revela não só a porta de entrada (de saída), mas também a sala do fundo. O movimento aumenta nos intervalos e as conversas, por vezes, intensificam-se ao ponto de se confundirem numa algaraviada feminina estonteante...
As mãos pequenas e nodosas imobilizam-se longe dos ponteiros do relógio e os olhos perscrutam os pequenos gestos até que, de súbito, a jovem professora, ao folhear o boletim Confluências (2ª série /janeiro-março 2017), apercebe-se que, a seu lado, se encontra o autor mencionado na pág. 3.
Será aquele um primeiro livro? Haverá outros? 
O autor, de pé, à cabeceira da mesa, lá vai acrescentando que sim, que há outros, de poesia... Entretanto, talvez, devido ao renome da escola em que foi colocada recentemente, a jovem professora aproveita para interpelar o colega sentado à sua frente, querendo saber se este também já publicou algum livrinho.
Azar o dela, as mãos pequenas e nodosas foram sempre demasiado canhestras...  

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