C'est marrant la jeunesse, pensa Mathieu, au-dehors ça rutile et au-dedans on ne sent rien. Quem o escreveu foi Jean-Paul Sartre, em L'âge de raison / Les chemins de la Liberté, 1945.
A ideia parece-me um pouco obscura, a começar pela oposição entre o brilho exterior e o vazio interior. Não sei se a distinção ainda faz sentido, porque aquilo que vou observando é a multiplicação de figuras dúbias, mentalmente formatadas por encenadores cujo único interesse é o capital.
Claro que as réplicas ainda acreditam que têm sentimentos e, sobretudo, que têm o direito de desocultar aquilo que pensam ser a sua singularidade. E fazem-no umas vezes sem pudor, outras lamuriando-se por não ser compreendidas ou mesmo por serem reprimidas.
Como Sartre proclamou noutro lugar e a outro propósito: - L'enfer ce sont les autres!
Creio, contudo, que o Inferno não mora ao lado...
O que aqui registo mais não é do que a expressão da minha surpresa perante a morte daquilo que outrora era designado como "a intimidade" e que, como tal, não procurava a exposição pública.
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