«...e votamos em liberdade e em consciência.», A. Souto, Crónica, Floresta do Sul (blogue)
De acordo com Manuela Ferreira Leite, não é bem assim. A liberdade já não é o que era no cavaquismo. De facto, já nos esquecemos do que foi o cavaquismo, presumimo-lo enterrado, mas ele anda por aí,à espreita da oportunidade. Creio mesmo que uma boa parte da desgraça de Sócrates ao cavaquismo se deve ( a outra parte vem-lhe do tempo em que ele, Sócrates, terá militado no PSD!). Finalmente, apesar do que pensamos, não votamos em consciência, porque ao esquecermos o passado, a nossa consciência perde verticalidade.
E por isso, é melhor não esquecer as origens do Bloco de Esquerda. Lá dentro, há de tudo!
Anda por aí muita gente que já não se recorda de como tudo começou. Atente-se em Mário Soares que não se lembra de quando foi Presidente da República, de tal modo que não lhe repugna uma coligação do PS com o BE. Quem diria? Se lembrasse do papel do PC na sua eleição como presidente, talvez, hoje, apostasse numa coligação de sinal menos radical. Mas se o fizesse, sabe-o bem, perderia o estatuto de paladino da democracia, em 1974 e 1975.
( O melhor seria mesmo sair de cena, mas, quando os interesses estão em jogo, não há ninguém que nos faça abandonar o palco.)
O que em baixo se diz - quanto a: "em liberdade e em consciência" -, vem na linha do que em cima igualmente se disse - "e chegado o momento, porque em ocasião de escrutínio somos sempre pessoas suficientemente inteligentes, seremos capazes de decidir e com o nosso voto premiar ou punir quem tiver de ser."
ResponderEliminarIsto é, há nisto tudo uma certa e triste ironia (que pelos vistos o texto não deixou transparecer)...
Concordo, portanto, com o comentário.