Um psiquiatra passa a um doente um atestado médico que, por força de lei, deve ser confirmado pelo médico de família, para que, no prazo legal, seja entregue no local de trabalho.
Entretanto, o médico de família reformou-se e o utente ficou sujeito a deslocar-se de madrugada ao centro de saúde (Moscavide) sem qualquer garantia de ser atendido até ao final da tarde por outro médico, sobretudo, agora, que os efeitos da gripe A começam a sentir-se.
O relato corresponde ao que se passou hoje com um utente do serviço nacional de saúde e com muitos outros utentes. Neste centro de saúde nem sequer há entrega de senhas de espera. Por exemplo, hoje, sexta-feira, o utente poderia receber uma senha que evitasse que ele tivessse de deslocar-se, na 2ª feira, às 6 da manhã, para a porta do centro de saúde, sem qualquer garantia de vir a ser atendido no próprio dia ou no dia seguinte...
Não vou continuar o relato, mas esta situação é desumana para qualquer cidadão e, sobretudo, para quem se encontra debilitado e, frequentemente, tem um sistema imunológico frágil.
Num contexto de risco como o actual, a certificação de atestados médicos deve ser urgentemente revista, para que os riscos de contaminação para o utente não aumentem e para que os centros de saúde não fiquem completamente bloqueados.
Em síntese, no contexto actual, tendo ficado sem médico de família, integrando um centro de saúde bloqueado e desorganizado, como é que o doente, que tem um atestado médico passado por um médico idóneo, pode, em tempo útil, sem os prejuízos descritos, entregar um atestado "oficial" no seu posto de trabalho?
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