«E escrever é sempre para mim causa de esforço.» Antero de Quental, Carta a Joaquim de Araújo (1886)
É impossível aceitar que a escrita seja expressão IMEDIATA da razão ou da sensação, mesmo nos casos em que os escritores se dizem "inspirados".
Dos neurónios à pedra vai um tempo de composição que determina o sentido da expressão. E por isso o escritor sente que, ao escolher as palavras, a única verdade está no prazer de compor um novo objeto que se autonomize do criador.
Só o medo do fracasso criativo gera o adiamento da ação... e, no meu entender, há que fazer um esforço para não cair em artificiosos biografismos que ofendem a inteligência dos biografados.
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