29.5.13

A décima irrelevante

Há muito que a décima me surge associada à extraordinária meditação de Camões:
Sôbolos rios que vão
por Babilónia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
e quanto nela passei.
Ali, o rio corrente
de meus olhos foi manado,
e, tudo bem comparado,
Babilónia ao mal presente,
Sião ao tempo passado.
(...)
Claro que a polissemia da palavra já me tinha confrontado com outros significados: Já os meus avós, que da Babilónia e de Sião só conheciam a lição bíblica, se queixavam da obrigação de pagar a décima. E depois havia a décima parte de qualquer coisa...
 
Hoje, no entanto, despertei para a décima do Dr. Gaspar, que, asnaticamente, nos vai explicando que a projeção da OCDE, superior em três décimas à do Governo, é irrelevante.
Os interlocutores ouvem, registam e replicam os sofismas ministeriais sem se interrogarem sobre os efeitos de cada décima em termos do aumento do número de desempregados e do empobrecimento do país.
Bom seria que o Dr. Gaspar fosse capaz de quantificar a décima!
 
UMA DÉCIMA = + 50.000 desempregados(?)
UMA DÉCIMA = + 100.000 pobres (?)
 

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