Ainda comemos o pão, mas ignoramos o caminho: a semente, a planta, a espiga, o grão, o moleiro, a mó, a farinha, o farelo...
Vem isto a propósito do dia da espiga e respetivo simbolismo. No cesto, não vi a espiga nem a videira, apesar do malmequer, da papoila, da oliveira e do alecrim... Na realidade, faltava o essencial: o pão e o vinho, mas o cesto e o ramo estavam à venda.
Não obstante, o que mais me preocupa é a ignorância do caminho, é perceber que o ensino vai matando a referência, esmiolando o pão, incapaz de alargar a alma e de ir além do Bojador, pois não compreende que dobrar não é vergar, mas contornar, de modo a que o cabo submarino não nos faça encalhar...
Mais do que o significado, interessa conhecer o referente ( a realidade) e não a referência ou o referencial, tudo significantes utilizados por quem há muito fugiu aos trilhos e vive em circuito fechado, longe dos homens, dos campos e dos rios...
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