1.5.13

No 1º de Maio

(A cabeça já circunda os Restauradores enquanto que a cauda se arrasta 500 metros atrás; o tronco, esse, serpenteia ao longo da Avenida; os "língua" apelam à revolta no eco das lagartas das chaimites... É ainda a ideia de que o futuro pode ser mobilizado pelo passado!)
 
Eu não estou lá mas é como se estivesse! Bastou-me estar lá na alvorada para perceber que a repetição me incomoda, me atrasa e me surripia a matéria de que sou feito. Eles ainda têm alma! Eu nunca a tive, pelo menos, nunca tive uma alma encenada que, em certos dias, salta dos bastidores e ocupa o proscénio...
 
Por isso, hoje, trabalho todo o dia em múltiplas tarefas, ciente de que me estou a atrasar e de que a matéria de que sou feito se está a esgotar! Ciente de que todo este trabalho em nada diminui a dívida! Ciente de que tudo isto (e aquilo) é triste e reconhecendo, finalmente, que escrever só pode ser triste.
 
Por isso vou agora sair para apenas caminhar durante uma hora, não na Avenida, mas nas ruelas desta freguesia (e talvez da vizinha). Vou sozinho..., mas regresso (espero!) menos só!

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