25.8.13

Sobre a Ericeira

A Ericeira nunca chegou a ser para mim um destino turístico. Tal não significa que não lhe tenha percorrido as ruas e os pontos de interesse ocasional, sobretudo, Santa Marta, quando as crianças se deixavam levar. Na verdade, a Ericeira começou por ser um hotel e uma piscina... Depois, a Ericeira passou a ser um lugar - parque de campismo -, onde nos instalávamos, primeiro numa tenda, depois numa roulotte e, nos últimos anos, numa autocaravana. De comum, o vento, as rolas, os pinheiros, a caruma, a água fria, os nevoeiros de julho e de agosto, o sol de setembro e de outubro...
O clima é pouco simpático, sobretudo, no verão! Mas, não sei porquê, este é o lugar onde sempre voltamos, como se, nas palavras de Diderot, estivesse escrito lá n o Alto...
Parece, no entanto, que o ciclo está a chegar ao fim. Não é que o lugar, apesar da perda das falésias e da areia, tenha perdido o encanto, mas o tempo, o nosso tempo, não se compadece de nós...
Chegou a hora de dar mais importância ao tempo, de fruir com menos encargos e, sobretudo, com maior qualidade. Claro que a responsabilidade não é só do Tempo, há por aí muitos responsáveis que continuam impunes...Neste como em todos os outros lugares, porque quem faz o lugar somos nós!
/MCG
 
 

1 comentário:

  1. Um lugar pressupõe que se chegue e se permaneça. Apesar da partida, António Borges é, doravante, um «lugar», onde muitos irão em romaria, apesar das feridas abertas por um pensamento geométrico...

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