Na verdade, o limite parece que é mas não é, pois continua a surpreender sob a forma de dor incapacitante, superável, no entanto, por analgésico em dose dupla, enquanto que a frase ondula em cotovelos surpreendidos...
Para evitar lamechismos incontrolados, comecei a ler a novela Todas as Almas, escrita por Javier Marías, nascido em Madrid, em 1951, e a pensar, sem saber porquê, na Senhora do Tempo Antigo (de Bernardim), deixando-me fascinar por algo que eu já imaginara saber, sem o saber fazer:
«Aquele que aqui conta o que viu e aconteceu não é o que viu isso e a quem aconteceu, nem sequer o seu prolongamento, nem a sua sombra, nem o seu herdeiro, nem o usurpador.»
Este narrador vive um piso acima ou um piso abaixo, fora do mundo e do tempo, mas deixa rasto... E quanto ao autor, embora um pouco mais novo do que eu, considero-o, desde já, meu familiar distinto, pois foi professor de Literatura espanhola na Universidade de Oxford, sendo licenciado em Filosofia e Letras..., tudo domínios que sempre me interessaram. A diferença é que eu não nasci em Madrid (nem mesmo em Lisboa!)
E de Literatura, pouco sei, até porque não há nada por saber quando tudo está por fazer...
Sem comentários:
Enviar um comentário