Outrora, aprendi que o sossego era um estado interior. E até podia parecer verdade, mas, à época, as paredes chegavam a ter um metro de espessura e o silêncio só abria em ruído com hora marcada. Hora efémera!
Agora, instalo vidros duplos que insonorizam a morada, só que o ruído é um estado interior…
A informação é antevisão, é proclamação, é repetição, é aclamação, é negação. A informação passou a controlar todos os meus passos: sei o que não me interessa; sei o que me desestabiliza; sei, de véspera, ou inopinadamente, que continuo a ser bengala ou bordão; sei que não tenho tempo para acabar o que comecei… e por isso vou continuar a ler, devagar, A Madona, de Natália Correia, ciente de que chegado ao fim, talvez ainda tenha tempo para voltar ao princípio, sem, contudo, regressar a uns anos 60 que nada tinham a ver com o que eu era nesse tempo…
É, assim, o país, entre tempos e a vários tempos!
(E eu com saudades do silêncio...)
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