Dá vontade de perguntar se, em agosto, vale a pena escrever, apesar de nenhum escrevente viver suspenso do leitor estival. No entanto, a pergunta faz sentido. Basta pensar na degradação do gosto, ostentada horas a fio nas televisões e nas redes sociais. Basta pensar na degradação de toda a classe política enfeudada a seitas, a banqueiros, a construtores civis, a dirigentes desportivos…
No país do bocejo e da boçalidade, já não espanta que um artista como Rui Veloso tenha decidido suspender a carreira. Há tempos, Fernando Tordo decidira emigrar…
Infelizmente, dizer que se suspende o que quer que seja acaba por ser um modo eufemístico de anunciar o fim de uma certa realidade em vias de dar lugar a uma outra ainda mais pobre.
Dá vontade
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