«O mundo é um lugar confuso, contendo coisas agradáveis e desagradáveis, em desordenada sequência. O desejo de criar um sistema claro ou regras que o governem é no fundo uma consequência do medo, uma espécie de agorafobia, o temor de espaços vazios.» Bertrand Russell, A Conquista da Felicidade.
Já nem as quatro paredes garantem o sossego de quem aspira a que o respeitem ou que lhe reconheçam algum saber.
Lá dentro, os estados de alma são de constrangimento, de um sentimento tácito de clausura, em que raramente alguém é capaz de verbalizar que só ali está porque o obrigam - a interação forçada, a escuta gorada... O mestre já não compreende por que motivo deixou de o ser...
Apetece disciplinar aquelas almas, mas como se estas se ausentaram ou nunca chegaram a ocupar os corpos que a tradição lhes reservara...
A alternativa, por um instante atrativa, esfuma-se ao pensar que, tal como os cavalos se viram substituídos pelas máquinas, também os corpos, por ora presos entre quatro paredes, acabarão substituídos por robots mais colaborativos e disciplinados...
De nada serve ter medo!
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