24.4.19

No desconcerto

Cansado. Física e mentalmente.
Passo e palavra desconcertados.
Revê o passado e nota que as vozes de hoje não passam de réplicas de outras vozes, agrestes e acusativas - rejeita o determinismo, mas a evidência insiste em contrariá-lo.
Hesita entre a primeira e a terceira pessoa do singular. O plural desenha-se como arquipélago para onde nunca viajou. Até o género o faz titubear - a hora é de preposição; isto é a 'loja é de cidadão' - dizem que a redução dá votos…
No desconcerto, vislumbra que talvez possa aprender, que 'talvez' é imprescindível, e que ensinar é adiar… porque ao servo apenas lhe é mudado o dono: a herdade continua lá; na herdade já não há ratinho, mas há nepalês… o indígena gasta os dias no jardim autárquico…
E depois, chega a unidade - a grande mentira - nem no início! 

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