Olhando as páginas dos jornais, mesmo que de esguelha, percebo que por falta de fé, perdi inúmeras oportunidades. Houve um tempo em que poderia ter caído nos braços da «opus dei», mas a obstinação de tudo querer compreender expulsou-me por tempo indeterminado do caminho divino...
O caminho terreno tornou-se espinhoso, mas, por um bambúrrio dos capitães de abril, deixei de pisar uma mina em solo africano. Fiquei por cá, incapaz de me alistar em uma qualquer confraria, com ou sem avental. A porta secreta esteve sempre aberta, mas nunca entrei...
Tendo desistido de ser pastor, nunca aceitei ser ovelha! E, assim, por falta de fé, continuo a tentar compreender se, na verdade, há algum caminho ou se tudo não passa de uma imperceptível variação na (in)suportável repetição da condição humana.
E de súbito, da desmória dos caminhos, surge Pascal:
L’homme n’est qu’un roseau, le plus faible de la nature ; mais c’est un roseau pensant. Il ne faut pas que l’univers entier s’arme pour l’écraser : une vapeur, une goutte d’eau, suffit pour le tuer. (fragmento 397)
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