19.1.13

Sem complacência

O Senhor Selassié diz ao governo português que «não é tempo de complacência». E talvez tenha razão! Os 82 mil milhões são para ser devolvidos com juros leoninos, sem cairmos na tentação de imitar os Gregos!
Por isso, sem complacência, o governo condena as empresas à falência, os empregados ao desemprego e à fome, corta nos vencimentos e nas pensões. Sem complacência, esvazia as universidades e os hospitais, e prepara-se para cortar 100.000 funcionários públicos - desde 2005, já saíram 166.000, e a Caixa Geral de Aposentações tem 34.000 em lista de espera!
Toda esta gente que sai da fábrica, da empresa, do hospital (no caso de ter tido a sorte de ter entrado e de ter sido bem tratada!), da universidade, da repartição, é atirada para uma terra de ninguém, à espera que a morte a liberte...
Sem complacência, o governo, às ordens do senhor Selassié, prepara-se para anunciar, em fevereiro, mais um conjunto de cortes, e, nós, complacentes, deixamos. Parecemos os judeus ordeiros a caminho do forno crematório alemão! 
A diferença é que os judeus eram uma minoria... e nós somos a maioria!

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