A sociedade de informação, que se revela incapaz de investigar a extensão e a constituição da dívida pública, como se esta fosse segredo de estado, não tem qualquer pejo em desvirtuar «os limites externos à liberdade de informação».
No dia a dia, em nome da democracia, a sociedade de informação despreza a vida privada e familiar, os dados pessoais informatizados, a confidencialidade da situação tributária dos contribuintes, o segredo de justiça. E fá-lo com a conivência ou, mesmo, instigada pelo Estado.
Na verdade, a comunicação social sente-se autorizada a, por todos os meios, inquirir o cidadão, expondo-o na praça pública, linchando-o sem apelo nem agravo.
Por outro lado, esta prática alastrou ao mundo empresarial. Qualquer empresa dispõe, hoje, de uma base de dados e de um call center prontos a manipular o cidadão-consumidor.
E curiosamente, a sociedade de informação, apesar dos seus múltiplos tentáculos, não avança um passo no sentido de esclarecer o contribuinte sobre a dívida pública. Sobre a sua história, sobre a história dos empréstimos pedidos pelo estado português e pela banca portuguesa ao longo do século XX e nestes últimos trezes anos.
Valeria a pena saber se, na verdade, o empréstimo a 99 anos para amortizar a dívida acumulada em 1902, na sequência da bancarrota de 1892-93, foi saldado em 2001. Ou se antes, quando e como?
Valeria a pena saber se, na verdade, o empréstimo a 99 anos para amortizar a dívida acumulada em 1902, na sequência da bancarrota de 1892-93, foi saldado em 2001. Ou se antes, quando e como?
Por enquanto parece ser mais simples reduzir tudo a uma mesquinha luta político-partidária... e mais tarde não me venham dizer que eu não avisei! (A.C.S. - o homem que melhor conhece os segredos do estado português, depois do inamovível Dr. Oliveira Salazar!)
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