31.7.14

A mim, o que me espanta...


Há uns dias, referi-me, aqui, aos Contos Municipais do António Manuel Venda, omitindo deliberadamente uma parte do que caracteriza a construção da narrativa: o recurso à hipérbole, à animização, à caricatura... Apesar do mérito do autor, o impacto da obra não é grande. Afinal, o meio retratado é provinciano, quase magrebino. E as elites da capital têm mais em que pensar e, sobretudo, APOIAR...

Não sei por onde é que andam os caricaturistas, mas matéria não lhes falta...Talvez, tendo ido ao BES, não tenham vontade de sorrir nem de fazer rir...

A mim, o que me espanta é a expressão hiperbólica do fenómeno: "torpedo", "hecatombe", "catástrofe", "nunca visto neste jardim, nem no tempo do BPN", "colossal", "trágico", "uma ministra desesperada por não conseguir ver-se livre disto, refugiando-se em bruxelas", "um seguro espantado por ter sido enganado pelo governador do banco de portugal (outro costa!)...

A mim, o que me espanta é que ninguém esteja preso ou, pelo menos, que alguém se tenha suicidado...

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