29.7.14

Não sei o que pense desta fraternidade

O investigador imagina-se caçador. O investigado não quer ser tomado como CAÇA, pois ainda sonha ser a pessoa que nunca chegou a ser. Não se nasce pessoa e muito menos boa pessoa!

O candidato tudo faz para destruir o candidato. A única finalidade é ser ELEITO! Depois se verá, se ainda houver povo... Já começo a pensar em tornar-me candidato para destronar o candidato a candidato. Só não o faço porque o meu boletim clínico é agoirento e me falta a estrutura acionista...

O estadista reivindica ser filho do povo, o banqueiro não se importa de ser bastardo do patrão da criada que o trouxe ao mundo...

O acelerador de partículas desfaz os miolos a pessoas que se fazem passar por respeitáveis, mas que, no íntimo, sabem que não passam de pequenos traidores.

Nada do que possamos fazer ou padecer é original. Há sempre quem tenha experimentado as mesmas dores, conheça, de antemão,  o nosso futuro. Há sempre quem queira tomar decisões por nós. Ser senhor de nós. 
Não sei o que pense desta fraternidade, se age por amizade, por piedade ou porque receia a solidão. É, no entanto, uma fraternidade que nos esvazia, que nos impede de SER.

Quando deliro, chego a pensar que a culpa de tudo isto é da estrutura acionista e da robótica.

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