Ainda cheiro a diluente! Uma toalha colara-se ao tampo (tempo?) da mesa da sala, deixando uma penugem esbranquiçada que só com muito paciência e energia consegui eliminar. À medida que descolava a substância viscosa ia pensando nos elos que me prendem ao passado, na dificuldade em superá-los. Compreendi, no entanto, que escrever é aplicar um diluente que pode dissolver a inabilidade para cortar com o passado em que fui formatado...
Talvez por isso acabo este domingo a sorrir da viagem interminável entre a charneca e as primeiras casas da vila de Sintra, depois de ter dobrado o Arco do Ramalhão, e a pensar que a formação humanística para além da Literatura não deveria descurar a Filosofia...
Mas esse é outro cavaco, com perdão de Sua excelência que amanhã irá receber sua alteza, Filipe VI de Espanha...
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