17.9.14

Na sala de aula, o plural não passa de convenção...


Há quem não tenha coragem de expor verbalmente as suas certezas; basta, no entanto um olhar ou um sorriso ou a combinação de ambos para destapar preconceitos ancestrais...
Não é fácil combater esses estereótipos; de qualquer modo esperar-se-ia que a escolarização ajudasse a combater a bestialidade que domina as atitudes de determinados indivíduos que se consideram superiores a todos aqueles que deles se distinguem por alguma propriedade: a inteligência, a cor, a religião, a etnia, a ideologia, a idade...

Por isso, volto a insistir nas noções de ponto de vista e de visão do mundo - na multiversidade. O termo pode parecer estranho, mas anuncia a possibilidade de existirem passagens, não apenas no nascimento ou na morte, mas também entre lugares, povos, culturas, religiões. Para que tal aconteça são necessários cada vez mais línguas (interpretes) que vivam nas fronteiras dos preconceitos e que, assim, possam ajudar a compreender que a língua que falamos é expressão dos nossos estereótipos ou da nossa disponibilidade para resolver os problemas no interior das línguas, e não fora, com recurso a ferramentas destrutivas mais ou menos avançadas...

Claro que haverá quem pergunte se o multiverso existe, tão habituados que estamos ao universo. Vivemos tão intensamente os ciclos de vida que acabamos por ignorar (ou desvalorizar) os ciclos que se desenvolvem mesmo ao lado, não fossemos nós apenas EU. O plural não é mais do que uma convenção...

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