6.4.15

Fantasia literária

«a burro velho dê-se-lhe uma pouca de palha velha / e uma pouca de água turva / e como fica jovem de repente durante cinco minutos!» Herberto Helder, A MORTE SEM MESTRE, 2013

Não me parece que o burro recupere a juventude assim tão facilmente! Ainda se se lhe  desse uma medida de favas ou de cevada... 
A palha velha e a água turva é que o levam ao desfalecimento.

Em tempo de deslumbramento, andam à solta tantos burros que me apetece servir-lhes uma fava rica, a ver se se deixam de disparates...
Diz o provérbio que a sabedoria humana tem limites; a burrice, por sua vez, é infinita.



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