30 de novembro, dia do passamento de Fernando Pessoa, deixou de ser para mim uma página do calendário para se tornar um lugar: há 41 anos casei e assim me mantenho; hoje, a Susana concluiu o mestrado, defendendo " O paradoxo da questão curda - a autodeterminação e a negociação turca", no âmbito do Trabalho de Projeto em Direitos Humanos e Movimentos Sociais; e hoje, desisti do pedido de aposentação.
Do casamento, a vida dirá.
Da conclusão do mestrado da Susana, registo a sua capacidade de superação de todos os obstáculos, desde a odisseia turca ao capricho de quem, desconhecendo o terreno, se perdeu em atalhos que, por vezes, levaram a mestranda ao colapso físico e psíquico.
Finalmente, este 30 de novembro é o dia em que decido não pactuar com o tratamento desigual a que o legislador vai submetendo os funcionários e é, também, o dia em que assumo que ainda tenho condições para 'orientar' uns tantos jovens, procurando que não se percam nos atalhos da vida.
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Hoje, talvez, fosse mais fácil omitir o essencial, silenciando as palavras, mas a verdade é que, por respeito por todos aqueles que prezam os direitos humanos, não o podia fazer.