15.11.12

Maravalhas!

«Se tudo são ramos, não é um sermão, são maravalhas.» Padre António Vieira

I - Em certas afasias, as referências (espaciais, temporais, interpessoais) vão-se extinguindo, deixando os signos desorientados. Talvez por isso, os discursos de hoje pareçam bolhas de sabão. Começam por enfunar para sorrateiramente desaparecer...
Um destes dias, alguém se referiu à visita da chancelarina alemã. Que eu tenha conhecimento, ninguém deu atenção ao termo! No entanto, como ele não me saía da cabeça, fui pensando que a senhora teria perdido importância, um pouco como a Chancelaria, lugar meu conhecido, sede de freguesia, situado entre a Maçaroca e o Pafarrão. Desconheço qual terá sido o chanceler que gerou tal topónimo, sabendo, contudo, que o termo tem mais proveito na Germânia que na Ibéria...
Não sei se o criador da chancelarina queria, na verdade, desvalorizar a chanceler por correr o mujimbo que não tinha sido convidado para nenhum dos encontros oficiais, mas pressinto que o facto de ser senhora  nascida na antiga República Democrática Alemã terá pesado na criação do neologismo.

II - Afinal, este blogue bem poderia ter como o título "Maravalhas"! Este termo estaria mais de acordo com o seu verdadeiro conteúdo - aparas de madeira; acendalha; caruma; bagatela... Tudo o que lenta, ou subitamente, perde importância e acaba por desaparecer...  



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