E eu as oiço brincar ,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração.»
Fernando Pessoa
Ontem, referi que não encontrava grandes motivos para que o Poeta, qual náufrago do presente, se recolhesse no passado. Hoje, retomo a questão para reforçar a ideia de que, para Pessoa, só o presente (criativo) lhe podia trazer plenitude.
O passado é "enigma" e o futuro é "visão"! Nenhum destes tempos lhe pode devolver a infância que não teve ou antecipar o que o coração lhe pode dar - isto é, o alimento de que a razão necessita para poder levar a cabo a sua criação.
(...)
O passado é "enigma" e o futuro é "visão"!
Entretanto é bom não esquecer que em MENSAGEM, o trabalho do vate ´parece querer provar o contrário. Através da mitificação dos heróis, o Poeta aponta a solução para o futuro. Uma solução messiânica.
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