O que hoje aqui trago resulta de uma interrogação antiga: - Para quê insistir no conceito "união europeia"?
Sendo o território europeu constituído por partes, social, económica e culturalmente diferentes, o projeto de as (re)unir só faria sentido se a estratégia fosse de convergência. Ora, se observarmos a realidade europeia das últimas décadas, assistimos, pelo contrário, ao crescimento das desigualdades, tendo como principal ator o euro.
Quando olho para a realidade portuguesa, verifico que, em matéria de transportes, não estamos mais próximos do centro da Europa. Verifico que, em termos do desenvolvimento do tecido industrial e tecnológico, em vez de produzir, continuamos a importar... Verifico que, em termos culturais, a grande maioria dos portugueses tem, hoje, menos informação do que nos anos 60 do século passado.
Na verdade, por mais que procure, não encontro a identidade europeia que poderia justificar a convergência entre os territórios, a eliminação de fronteiras... De facto, aquilo a que assistimos é a criação de novas fronteiras, é a condenação dos mais pobres... Em particular daqueles cuja História é mais antiga e que contribuíram para a afirmação da Europa no mundo...
Claro que a vitimização de nada serve, porque, infelizmente, não somos capazes de nos unirmos para definir um rumo de convergência europeia ou, no limite, romper com a mentira europeia...
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