"A unidade do homem, centrada na consciência, desfaz-se à reflexão de que essa consciência é apenas «uma rede de comunicação entre os homens» e assim um homem solitário pode dispensá-la.! Vergílio Ferreira, Espaço Invisível 2, pág. 124, Bertrand editora, 1991
O homem solitário deste tempo deixou de ver reconhecida a consciência que lhe dava unidade, porque o conceito mudou de substância. Vergílio Ferreira, cada vez menos lido, não pode influenciar nem o estar nem o pensar, porque, afinal, o homem abdicou da consciência individual...
O homem já só existe se alinhado, isto é., se estiver presente nas redes sociais - redes de comunicação - cuja eficácia assenta na imagem fácil e na ideia medíocre.
Deste modo, ao ser molécula da consciência coletiva, o homem desfaz-se da sua possível unidade, deixando de ter valor como pessoa... passa a moeda de mão em mão...
(...)
Hoje, o homem que optar pela solidão, morre... Vergílio Ferreira nasceu há 100 anos, escreveu uma obra que quis devolver ao homem a sua unidade ( a sua consciência), mas este não a quer mais.
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