Uma única palavra poderia dar conta do modo como me sinto. Desfasado.
Hoje, participei numa missa de 7º dia que, afinal, era de 8º dia! Durante a liturgia, o sacerdote explicou que o assunto era o martírio de S. Vicente, padroeiro da diocese de Lisboa, e que só deverá ser celebrado amanhã.
Uma missa instrutiva, pois o sacerdote explicou por que motivo S. Vicente já foi padroeiro da cidade de Lisboa... As relíquias tinham sido trazidas de Sagres (lugar sagrado) para Lisboa por ordem de D. Afonso Henriques para recompensar a precipitação dos seus cavaleiros que tinham degolado o bispo cristão do burgo... um bispo moçarabe. Na verdade, alguns cristãos, ao partilharem os costumes dos muçulmanos, davam origem a equívocos fatais!
Com o tempo, tudo o que tinha como seguro vai sendo questionado. O próprio grão lançado pelo semeador à terra, em vez de se enraizar e de florescer, deverá, para nosso bem, perecer... pois só assim renascerá. A ideia não me é estranha: o Pai envia o Filho à Terra para morrer às mãos dos seus, pois só deste modo pode ressuscitar e salvar-nos.
Só o sofrimento nos traz consolo!
Desfasado e desconsolado, começo agora a relembrar o Vicente de Torga e apetece-me imitá-lo.
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