18.1.14

O idiota e a mesura

Na corte, a etiqueta era essencial e por isso se dava espaço à cortesia. Ser cortês era uma forma de se diferenciar da plebe e, também, uma forma de marcar o território no interior da aristocracia. Na corte, o amor ganhou a cor da submissão e da reverência, ganhou paciência e até se tornou platónico, divino... E a plebe, entregue a si própria, só conhecia a lição da besta demoníaca... as fronteiras eram derrubadas sem qualquer etiqueta e cumprida a função cada um seguia o seu caminho. Da selva à corte parecia cavar-se uma distância intransponível.

Em democracia, a cortesia vê-se substituída pelo espírito democrático que exige que se seja cortês. Porém, o idiota de serviço reclama que o oiçam, mas despreza a resposta à pergunta que acaba de fazer. Ungido pelo sangue ou pela plebe, o idiota de serviço sente-se mandatado para tomar as decisões que bem lhe apetece e passa adiante, não sem antes ter humilhado e frequentemente destruído quem se lhe atravesse no caminho...

Como não há efeito sem causa, quero esclarecer que a razão deste excurso tem origem na quantidade de idiotas que exigem mesura, que se consideram democratas, mas que se estão nas tintas para a resposta obtida... 

Sem comentários:

Enviar um comentário