Simples fragmentos podem transformar-se em narrativa, em ciclos de vida. O que hoje se encerra teve início em 1974. Para trás ficavam esferas distintas, desconhecidas. Caminhos tão antagónicos que a probabilidade se cruzarem era mínima...
No entanto, só hoje, quando o presbítero lembrou que «Deus está à nossa espera», compreendi que se tivesse correspondido à vontade divina, o ciclo que hoje se conclui não teria tido início...
De nada serve avaliar se a escolha foi a mais acertada, porque, ao passarmos o limiar, uma nova casa se abre deixando a fúria respirar, os olhos das molduras cintilar, as flores da varanda desabrochar... enquanto o sol por instantes aquece o que sobra da ternura...
Durante este tempo, a viagem levou sempre à casa que nunca habitara, à areia da praia que não frequentara, a vozes que não ouvira, a uma fome que não a minha...
Podemos passar o limiar, sem nunca habitar plenamente a casa porque já chegámos tarde... Assim, o melhor é regressar ao ciclo inicial... antes que a linha quebre.
Sublime!
ResponderEliminarObrigado, João. Se não estou em erro, tu próprio estás mais próximo do ciclo inicial...
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