Para começar, desconfio da memória - fraca e seletiva. Por outro lado, dificilmente podemos estar presentes em todos os eventos que marcam o dia a dia de uma instituição ecléctica; frequentemente, não nos sentimos motivados ou nem sequer nos apercebemos da importância de certas iniciativas.
Assim, um balanço deveria ser construído a partir do testemunho sistematizado dos vários públicos.
Infelizmente, tal não acontece! Deste modo, pondo de parte a memória e os afetos, socorro-me de balanços de atividade dos responsáveis pelas iniciativas. Só que rapidamente descubro que nem todos os dinamizadores se dão ao trabalho de redigir o respetivo relatório, ou porque o não valorizam ou porque preferem guardá-lo para outro interlocutor ou outra circunstância.
Regresso ao início, não podendo fiar-me na memória nem nos afetos, não obtendo feedback dos públicos nem tendo acesso à totalidade dos balanços intermédios, ou porque escondidos ou porque inexistentes, fico em balanço, sabendo, de antemão, que a maioria dos balanços das organizações não passa de falcatrua.
E é sobre essa falcatrua que depois se produzem avaliações externas que irão ditar os planos de melhoria das instituições! Se as avaliações externas, por exemplo, das instituições de ensino, fossem rigorosas e isentas nada do que nos tem vindo a acontecer teria razão de ser...
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