Antigamente, os muros eram de pedra. Depois passaram a ser de cimento e hoje são de arame farpado. Muda a matéria, mas os muros continuam. Um dia, abate-se o muro de Berlim; no dia seguinte, caem as muralhas da União Soviética, e até a China se desdobra em dois sistemas, mas tal não significa que a batalha das fronteiras tenha terminado...
Pelo contrário, as fronteiras, durante um certo tempo, pareceram imateriais, mas, na verdade, continua-se a combater com as armas do capitalismo internacional: o saque das matérias primas, a especulação financeira e a destruição do trabalho humano.
Acordamos, entretanto, espantados com a audácia do Governo húngaro, mas o que a Hungria está a fazer é guardar a fronteira da União europeia. Os húngaros não temem os refugiados sírios ou iraquianos, porque para estes a Hungria é apenas um lugar de travessia - os refugiados procuram a Europa rica e não a Europa pobre. E é compreensível que o façam: para miséria e flagelo já lhes chegam os territórios esventrados donde são obrigados a fugir!
O que os húngaros temem é a Europa rica que lhes impõe que sejam a sua guarda avançada. O resto é embuste.
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