Ser enfermeiro na urgência do Hospital de São José é uma missão deveras difícil, sobretudo quando o número é reduzido e o dos pacientes cresce a todo o momento.
Hoje passei cerca de 9 horas no SOS, como acompanhante, e aquilo que observei merece uma palavra de apreço. Por mais que o pessoal de enfermagem procure responder às necessidades dos doentes, estes sofrem de problemas tão diversos que só uma equipa multidisciplinar alargada poderia responder a todas a solicitações.
Qualquer mediano observador dá conta de que os doentes que ali entram são idosos, com patologias muito diferenciadas e sobretudo mal acompanhadas - onde é que andam os assistentes sociais? - e indivíduos que se debatem com múltiplos episódios, uns crónicos e outros inesperados, mas todos necessitam de uma resposta personalizada.
E essa resposta é que não acontece por falta de meios humanos, por falta de celeridade no diagnóstico e na resposta dos médicos.
Ao fim de algumas horas, dei comigo a pensar na falta dos enfermeiros que saíram do país, não só na quantidade, como, sobretudo, na qualidade...
Ser enfermeiro na urgência do Hospital de São José (como nos restantes) exige um grau de estoicismo só alcance de muito poucos... e ainda por cima o doente espera um sorriso, uma esperança imediata e até uma mentira...
Para além de todos os partidos afirmarem que defendem o Serviço Nacional de Saúde, não sei o que é que pensam fazer para tornar as urgências menos dolorosas e os profissionais que ali trabalham mais respeitados. Não estou a referir-me a condecorações, mas a condições de trabalho...
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