28.9.15

Se Portugal ainda fosse uma nação...

Se Portugal ainda fosse uma nação - longe de mim, chamar-lhe 'pátria' ou 'mátria" - a campanha eleitoral seria de união e não de divisão como tem vindo a acontecer... 
Os problemas são antigos, diria que datam do tempo em que a Ordem de Cristo entrou em decadência. Apesar da apregoada multirracialidade, a nação nunca, em termos demográficos, foi capaz de suster o combate que lhe foi sendo movido por nações cada vez mais poderosas... Apesar do crescimento da diáspora nas várias partes do mundo, esta nunca foi efetivo parceiro cultural, económico e financeiro, ao contrário do que foi acontecendo, por exemplo, com os judeus...
Por outro lado, os vizinhos sempre foram considerados 'inimigos' e olhados com altivez e desprezo.

Até que, condenados ao isolamento, nos atirámos para o colo da Alemanha, verdadeiro pulmão da União europeia, convencidos de que poderíamos dormir descansados sob a asa do falcão germânico.

O que esta campanha eleitoral vai mostrando é a incapacidade dos partidos (todos) elaborarem um programa nacional capaz de nos libertar das opções erradas, não apenas do tempo de Sócrates ou do tempo de Passos Coelho, mas do século XVI para cá...
Será que algum dos candidatos a deputados leu o opúsculo de Antero de Quental "Causas da Decadência dos Povos Peninsulares"? 
Provavelmente não leram, a começar pelos socialistas! Talvez seja esse o motivo que explica que oficialmente o PS tenha sido fundado na Alemanha, no século XX e não, no século XIX, em Portugal... Pode parecer que a diferença nada acrescenta, mas isso é ignorar que os partidos portugueses pós-25 abril, em regra, foram financiados por organizações partidárias estrangeiras...

Como diria Fernão Lopes, em tradução livre, diz-me quem te encheu o bucho que eu digo-te a quem é que tu serves.

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