«A obra não é o homem, antes é, em muitos casos, o seu disfarce e jogo de espelhos, a sua antítese.» José Rodrigues Miguéis, Programação do Caos, nº 38 |
Posicionado a meio da encosta, observo o porto de abrigo. Formas e cores tomam conta do meu olhar, incapaz de se fixar no pormenor de cada obra que a máquina consegue capturar.
A foto pouco diz sobre o «fotógrafo». Esta revela, no entanto, múltiplas “obras” cujos autores se apagaram. Só o narcisismo pode fazer crer que a obra é a expressão imediata, primária e sincera do seu autor.
Neste sentido, a leitura do texto literário como expressão primária do autor é deformadora e, sobretudo, geradora de desnecessária alienação e, frequentemente, de emulação.
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