24.3.13

O prédio, a ponte, o rio



Talvez possa apagar o prédio da foto, mas ele continuará lá para me coartar a visão. Por outro lado, se atravessar a ponte, o obstáculo desaparecerá do meu olhar, apesar do prédio continuar no mesmo lugar.

Assim, temos, por um lado, o ponto de vista e, por outro lado, o prédio e a ponte, insensíveis a qualquer subjetividade.

A própria ponte, de acordo com certos pontes de vista, também ali não deveria estar. O rio, só, correria para o mar… ou será ao contrário?

O rio, a ponte, o prédio estão para ficar! Eu passo, a olhar e, impreciso, percebo que a decisão é avançar mesmo que tenha que ajustar o ponto de vista.

Em conclusão, de nada serve apagar o prédio da foto ou crucificar o arquiteto, pois a dívida continuará a crescer!

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