Porque nasci durante o Estado Novo, não me custa compreender o atual objetivo de baixar os salários.
Salazar desenhava e controlava o orçamento do estado com mão de ferro. O equilíbrio das contas era assegurado da forma mais primária: grande parte da população era esquecida; vivia isolada; emigrava clandestinamente... O povo mais não era do que bala para canhão...
Salazar tinha o seu galinheiro privativo e não consta que apreciasse as importações.
Na verdade, Coelho, Gaspar, Borges e Moedas não pensam de modo diferente: reduzir e congelar salários e pensões é a forma mais simples de contentar os credores, sem olhar aos efeitos.
E ainda há quem defenda que vivemos em democracia. Triste democracia! O pensamento é o de Salazar e não consta que ele apreciasse a democracia...
Professor, em que mudaria o Orçamento de Estado? Com que receitas é que o Estado pode minorar o défice e a divida publica? Ou, de outra maneira, em que despesas deveria cortar?
ResponderEliminarAmiga Joana,
ResponderEliminarSe o grão estiver podre, o moleiro, por mais que se esforce, não nos fornecerá farinha capaz de produzir pão saudável!
Por isso é absurdo pensar que eliminar o erro do passado é suficiente para devolver ao país a iniciativa e os recursos necessários à resolução dos problemas de ordem financeira.
Então, por onde começar?
Como o senhor presidente da República gosta de afirmar que ninguém melhor do que ele conhece o país, as suas carências e recursos, há que solicitar-lhe que comece por deitar fora o grão podre. E depois que forme um governo de iniciativa presidencial em que coloque nos lugares chave (estruturantes)quem conhece efetivamente o país.
Portanto, a resolução está do lado do aproveitamento dos recursos humanos, e não da sua condenação à emigração, à fome e à depressão.
Há muitos portugueses, nos vários pilares do estado, capazes de propor e ativar medidas no sector económico. Construir um novo modelo económico não pressupõe a destruição prévia do anterior, mas exige a substituição do grão podre, das maçãs podres.
A resolução está há muito do lado presidente, a não ser que se prefira o motim civil e/ou militar.
E já agora, amiga Joana, aproveito para lhe dizer que não entendo como é que um país pode ser governado se o orçamento anual é sistematicamente revisto de três em três meses.
O modelo escolar não pode ser aplicado a um povo!