«Provoquer, c'est sa façon de créer. Pour dire cette lutte première, cette lutte essentielle, ce combat anthropocosmique, nous avons récemment proposé un mot: le cosmodrame. (...) Pour qui s'engage dans un cosmodrame, le monde n'est plus un théâtre ouvert à tous les vents, le paysage n'est plus un décor pour promeneurs, un fond de photographe où le héros vient faire saillir son attitude.»Gaston Bachelard, Le Droit de Rêver, La Dynamique du Paysage, Presses Universitaires de France, 1970
Acabo de consultar o Médio Dicionário Aurélio e não encontro o verbete, mas eu gosto da palavra "cosmodrama", e creio que ela só, por si, caracteriza bem o verão europeu: em primeiro lugar, o calor; em segundo lugar, o destino da Grécia; finalmente, a identidade europeia.
Quanto ao calor, não sei se é a idiotice que aquece o ambiente ou se, pelo contrário, é a aproximação do sol à terra que está a gerar a insensatez que vai giboiando; por seu turno, a Grécia, quer vote oxi (não) quer vote nai (sim), já tem o destino traçado - o aniquilamento, e dos deuses gregos parece nada haver a esperar; finalmente, a identidade europeia, aniquilada a Grécia, não passa de uma falácia...
Ao contrário do que pensava Gaston Bachelard, o mundo é um teatro onde sopram múltiplos ventos, a única realidade que interessa aos turistas é a paisagem, e os falsos heróis insistem num protagonismo abjeto.
Relembro, no entanto, uma outra fantástica afirmação do filósofo: O caos mais não é do que uma cólera passageira - "Le chaos n'est qu'une colère passagère".
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