I - Teste. Um autorretrato de Manoel Bandeira. Na 3ª pessoa. Uma forma de distanciamento interessante: afinal, o poeta parece ter deixado de ser ruim - "poeta ruim que na arte da prosa / envelheceu na infância da arte"... Apesar de tudo, no II grupo, surgiu uma dificuldade quando Agustina refere: «Fazer um retrato é viajar no reino da solicitude.» O termo "solicitude", apesar de confirmado em «com solícita e maternal maneira» pareceu estranho à maioria, senão à totalidade dos alunos.
II - Na leitura de Amor de Perdição, o problema do conhecimento do léxico torna-se uma questão central. A forma preguiçosa de evitar a dificuldade passa pela assimilação de resumos da "história", deixando o texto imaculado. Neste caso, não posso deixar de diferenciar a intriga (o argumento) da História. Basta tentar ler o primeiro capítulo, para perceber que o enredo tem os pés bem assentes na História - reinados de D. José e D. Maria I: desde a participação de Fernão Botelho na tentativa regicida de 1758 até ao desempenho artístico do "Brocas" (Domingos Botelho) na corte de D. Maria I.
A leitura deste capítulo exige curiosidade por um importante período da História de Portugal! Mas nem a História nem a Língua despertam atenção. Basta analisar atentamente o retrato de Domingos Botelho para dar conta do modo como Camilo manipula os registos de língua... enfim, lá tive de explicar a composiçaõ da broa (Brocas) e o seu significado socio-económico, pois parece que todo o pão está reduzido a um elemento indiferenciado chamado "cereal". Aveia, centeio, trigo, milho...
Sem comentários:
Enviar um comentário