9.10.12

Partir?

(Partir? Quantos milhões já o fizeram!? Ficar à espera?)
O sebastianismo coloca-nos num estado de ansiedade que nos impede de agir. De vez em quando, saímos à rua, agitamos cartazes e gritamos slogans contra o governo seja ele qual for, e voltamos para casa, à espera que o dia seguinte nos traga o emprego, o salário que nos tire do aperto em que nos encontramos.
Já escolhemos o cordeiro, mas hesitamos em imolá-lo, pois tudo pode não passar de uma prova a que estamos a ser submetidos para experimentar a nossa lealdade.
Bons alunos, esperamos que o professor seja magnânimo!
Convém, por outro lado, esclarecer que o sebastianismo não é uma entidade exterior… ele cimenta a nossa cultura e determina a educação. Bastaria analisar com algum cuidado o cânone literário português para compreender tudo isto.
Fatalismo, imobilismo, cansaço, pessimismo, evasão, saudade, riso alarve, tristeza, caricatura, depressão, suicídio … o léxico da crise!

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