20.10.12

Interlúdio VI

O tempo é de elaboração de testes.
Para que serve o teste quando aplicado a uma disciplina como a de Português, língua materna? E a ideia de disciplina persegue-me, sobretudo, quando recebo e-mails a perguntar o que venho tentando explicar. Afinal, qual é a matéria? A matéria da língua em que nos realizamos! Haverá fronteiras, tabiques? Parece-me que se tem reduzido a língua a quase nada... isto é a discursos jornalísticos que se sobrepuseram à multiplicidade de géneros, considerados na genologia. A língua está cada vez mais pobre com a morte da História, da Religião, da Geografia, da Filosofia e até com a sobrevalorização da estatística nas outras fileiras...
De qualquer modo, nos e-mais, tudo parece querer dizer que uma disciplina é constituída por um conjunto de matéria? Ou será de madeira? Com a madeira constroem-se casas, barcos... e com a matéria não sei muito bem! No primeiro caso, surge um produto; no segundo, apenas destroços... quase sempre náufragos!
Claro que bem poderia disciplinadamente regressar ao étimo, ao acusativo, à apócope do m final, à   via erudita e à via popular, ao classicismo e ao romantismo .. mas pra quê? E já poderia deliciar-me a distinguir o código oral do escrito, tudo isto, indisciplinadamente...

1 comentário:

  1. Magnífico texto, inquieta e desperta! Uma dupla que fortalece e encanta quem caminha na vida. É bom saber que ainda existem professores assim, que entram para não mais sair da vida dos nossos filhos. Parabéns!

    ResponderEliminar